E você pode contribuir.
Se você é mulher, certamente já sentiu medo ao andar sozinha na rua. Ou ao voltar de uma festa tarde da noite ou ao pegar um ônibus lotado sem saber ao certo se o cara está maliciosamente encostando em você ou ao usar uma roupa mais curta. Esse temor é apenas um dos reflexos da sociedade patriarcal e machista em que vivemos – e que traz com ela a violência contra a mulher. E não, a culpa não é sua por voltar tarde, por não conseguir um lugar melhor no ônibus ou por gostar de usar certo tipo de roupa.
A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, classificou a violência contra mulher como um problema de saúde global no mesmo patamar de uma epidemia. Um relatório divulgado pela entidade em junho de 2013, diz que a violência física e sexual atinge 35% das mulheres no mundo. Isso significa que uma em cada três mulheres sofreu algum tipo de abuso.
Recentemente, dados sobre a violência contra a mulher encheram os noticiários, como a pesquisa do IPEA, que após correção indicou que 26% dxs entrevistadxs consideram que uma mulher que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”, as cada vez mais frequentes denúncias de abusos cometidos em transportes públicos e as campanhas com o slogan “Sua cantada não é um elogio”, o que mostra que a cultura do estupro segue firme e forte.
Mas o que é a tal “cultura do estupro”?! Em poucas palavras: quando a violência sexual torna-se algo usual dentro de uma sociedade, podemos usar o termo cultura do estupro para nomear tal abuso. É um conceito usado para indicar o quanto a violência contra a mulher é normalizada dentro da sociedade. Entre os exemplos de comportamentos associados à cultura do estupro estão a culpabilização da vítima, a sexualização da mulher como objeto e a banalização do estupro.
E é exatamente este o tema do meu projeto. Estou escrevendo um livro sobre a culpabilização da vítima de abuso sexual/cultura do estupro. Um assunto tão profundo não pode ser tratado superficialmente no noticiários dos jornais ou nas páginas das revistas. Por isso, o projeto: para dar voz às mulheres. Para que a violência que sofremos cotidianamente não fique às cegas. A minha proposta é escrever uma detalhada e extensa reportagem sobre a questão, abordando tanto a perspectiva de mulheres que sofreram abusos como a visão de especialistas e estudiosos do tema e as propostas governamentais para coibir tais violências.
Porém, para que o projeto aconteça eu preciso da sua ajuda: fica aqui meu convite para que vocês participem do livro. Tem um relato e gostaria de compartilhar? Está precisando de ajuda? Leu um texto incrível sobre a cultura do estupro e acha que eu também deveria ler? Estuda sobre o assunto e tem material para compartilharmos? Quer apenas tomar uma cerveja e conversar comigo sobre o tema? Me manda um e-mail (gnmassonetto@hotmail.com) ou me procura lá no Facebook (Grazi Massonetto).
Vamos juntas, escrever o primeiro livro-reportagem brasileiro sobre a cultura do estupro.